quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Flamengo joga mal, mas acha vitória no fim

Texto: Paulo Manso
Foto: Cacá Gouveia


Segunda vitória do rubro-negro veio nos acréscimos, com pênalti inexistente cobrado por Willian

Assim como já havia acontecido contra o Votoraty, a segunda vitória do Flamengo na Série A2 do Paulistão 2010 teve como ingredientes a pressão do adversário dentro do Ninho do Corvo, muitos passes errados dos guarulhenses, e o placar magro de 1 a 0. Desta vez, porém, uma diferença fundamental: o gol do rubro-negro, do ala Willian, só veio nos descontos, após cobrança de pênalti inexistente marcado pelo árbitro Emiliano Alves Costa.

Por jogar em casa e precisar da vitória – vinha de derrota em casa para o São José –, o Flamengo começou melhor. Mas a pressão do time da casa não resultou em nenhuma grande chance de gol. Depois de 10 minutos de uma efêmera pressão rubro-negra, o Catanduvense começou a criar, aos poucos, corpo no campo de ataque.

Aos 18, a primeira boa chance do time do Interior: o experiente atacante Alberto (ex-Santos e Corinthians) dribla Andrezão como quer dentro da área e cruza para Diego Perine cabecear por cima da trave de Paulão.

Dez minutos depois, a resposta do Fla. Em um contra-ataque, Luis Carlos lança Willian na esquerda e o ala cruza mal para Bruninho, que invadia a área do Catanduvense pelo meio, facilitando o trabalho do zagueiro Thiago Gasparetto.

O jogo era fraco tecnicamente, com uma evidente superioridade do time visitante. O Flamengo não se encontrava. Os jogadores não conseguiam manter a posse de bola por mais de três toques. A pequena torcida presente no Ninho do Corvo se irritava a cada lance desperdiçado.

No início do segundo tempo, o segundo cartão amarelo para o lateral Mazinho – e sua consequente expulsão – sinalizou para uma tarde de mais sufoco ainda para a torcida guarulhense.

Com um a menos, o técnico Edmílson de Jesus colocou o meia Rodrigo Lopes, que retornou após longo período no departamento médico, se recuperando de uma contratura na região lombar.

Se o time jogava mal com 11 em campo, com um a menos os jogadores tiveram que se desdobrar. O próprio Lopes e Luis Carlos – os dois melhores do time, ao lado do goleiro Paulão – eram vistos constantemente na área flamenguista, ajudando a defesa.

O Catanduvense apertou muito durante o segundo tempo. Foram várias cobranças de escanteio e muitas chances perdidas. O Flamengo seguia desorganizado e inexpressivo do meio de campo para a frente. As poucas chances eram desperdiçadas em cobranças de falta mal feitas.

Esta foi, aliás, a principal jogada ensaiada por Edmílson durante os treinos da semana. “No calor do jogo é difícil manter a mesma concentração do treino. Acho que é isso que atrapalhou”, tentou explicar Willian, autor da maioria das cobranças de bola parada.

Na única jogada bem feita pelo time de Guarulhos, Rodrigo Lopes roubou a bola na área de Paulão e carregou até o meio de campo. Tabelou com Luis Carlos que inverteu a jogada para a esquerda, para Willian. O ala cruzou, buscando o próprio Luis Carlos, que cabeceou para fora, aos 24 minutos.

Aos 28 e 27, o Catanduvense quase abre o placar. Ângulo foi à linha de fundo pela direita e cruzou. A bola desviou na zaga e quase enganou Paulão, que defendeu em dois tempos. Depois, Biro cruzou da direita, a zaga rebateu e Junior Paulista tentou o chute de dentro da área, mas Paulão defendeu parcialmente. No rebote, a zaga deu um chutão e afastou o perigo.

Vontade – Se faltava técnica, sobrava vontade. O time do Flamengo se defendia como podia, com um homem a menos, e tentava um gol salvador. Aos 37 minutos Willian cobrou falta da direita e a bola sobrou para Luis Carlos, que de costas para o gol experimentou uma bicicleta, sem sucesso.

Um minuto depois, um verdadeiro milagre de Paulão. Biro chutou forte, de fora da área, e o flamenguista espalmou para escanteio.

Aos 39, o árbitro anulou corretamente um gol do Catanduvense ao dar falta de ataque em Arthur. Aos 45, escanteio para o Flamengo. Na cobrança, a bola ficou com Luis Carlos, que ajeitou para Rodrigo Lopes chutar por cima, com perigo.

Quando tudo caminhava para um insosso 0 a 0, Biro, do Catanduvense foi expulso infantilmente: já tinha cartão amarelo e tentou cavar uma falta. Ao cair, segurou a bola com a mão e recebeu o segundo amarelo.

O árbitro sinalizou que daria mais 4 minutos e o Flamengo foi para o tudo ou nada. Aos 47 Willian cobrou escanteio e o zagueiro Sandoval caiu. Sem qualquer convicção, Emiliano Alves Costa marcou pênalti, alegando que o zagueiro Wagner – que havia acabado de entrar em campo – empurrou o flamenguista.

Apesar da justa reclamação dos jogadores da Bruxa, Willian bateu bem o pênalti e, aos 49 minutos do segundo tempo, garantiu mais três pontos para o Flamengo. Segundo o autor do gol, resultado justo, apesar do melhor futebol do Catanduvense. “Acho que merecemos sim. Porque fomos um time de guerreiros.”

Rodrigo Lopes concordou: “Merecemos a vitória pelo que corremos no segundo tempo”, apontou. Extremamente cansado após o jogo, Lopes lembrou do tempo que ficou de fora e disse acreditar em uma subida da equipe na competição. “Acho que falta confiança para a equipe. Nós vínhamos de duas derrotas e isso abala. Mas vamos melhorar”, prometeu, dizendo que espera começar jogando no sábado, quando o Corvo enfrenta o Marília, fora de casa.

Ficha Técnica


Flamengo 1 X 0 Catanduvense

Campeonato Paulista 2010
Série A2 – 5ª rodada
Quarta-feira, 27/01, 16h
Estádio Antônio Soares de Oliveira
Árbitro: Emiliano Alves Costa
Gol: Willian, aos 49’2t (Flamengo)
Cartões amarelos: Bruninho, aos 27’1t, Mazinho, aos 39’1t e aos 5’2t, Arthur, aos 23’2t, e Paulão, aos 31’2t (Flamengo); Nino, aos 13’1t, Thiago Gasparetto, aos 38’1t, Biro, aos 42’1t e aos 45’2t, Diego Perine, aos 43’1t, e Jeferson, aos 35’2t (Catanduvense)
Cartões vermelhos: Mazinho, aos 5’2t (Flamengo); Biro, aos 45’2t (Catanduvense)

Flamengo
Paulão; Andrezão, Zambon e Sandoval; Mazinho, Arthur, Dykson (Plínio, aos 12’2t), Roberto Fonseca (Rodrigo Lopes, aos 4’2t) e Willian; Luis Carlos e Bruninho (Arthur Caruso, aos 17’2t)
T. Edmílson de Jesus

Catanduvense
Luciano; Nino (Angulo, aos 15’2t), Thiago Gasparetto e Dedimar; Junior Paulista (Wagner, aos 46’2t), Diego Perine, Jeferson, Nenê (Dayvid, aos 8’2t) e Biro; Alberto e Samuel.
T. Candinho Faria

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