Lucho Nizzo chega nesta sexta-feira de manhã

Texto: Paulo Manso

Foto: Victor Canedo/Globoesporte.com

Diretoria não confirma, mas ex-treinador da Seleção sub-17 desembarca em Guarulhos nesta sexta-feira e já comanda o Flamengo no sábado

O Flamengo preferiu não oficializar o acordo. Mas o novo técnico do clube guarulhense deve ser mesmo o carioca Luiz Antônio Nizzo, o Lucho Nizzo, ex-treinador da Seleção Brasileira sub-17 e do Tigres do Brasil (RJ). Aos 46 anos, e recém dispensado da comissão técnica do América (RJ) – onde auxiliava o tetracampeão Bebeto – Nizzo desembarca no aeroporto de Cumbica por volta das 7h30 desta sexta-feira, 19, e se apresenta no Ninho do Corvo às 10h.

O responsável pela chegada de Nizzo é o diretor do Fla Niltinho, amigo pessoal do treinador e que foi seu auxiliar técnico na Seleção sub-17 em 2009. “Temos três ou quatro nomes. Pode ser o Lucho sim, mas não está fechado”, desconversou Niltinho, na manhã desta quinta-feira, 18, para o Futebol Guarulhos.

Além da amizade com Niltinho, Lucho já manteve ligações com o Flamengo no passado recente. Foi ele quem levou seis campeões paulistas da Série A3 em 2008 para o Tigres, do Rio de Janeiro (na ocasião, o time subiu para a 1ª Divisão daquele Estado). Dois deles retornaram a Guarulhos e estão no atual elenco do rubro-negro: André Bocão e Marquinhos. “Ouvi dizer que ele estava negociando. Não sei se fechou. Mas ele é muito bom”, elogiou Marquinhos.

Lucho Nizzo é especialista em treinar jovens. Passou pela formação de times de base no Fluminense, no Botafogo, e na Seleção da Malásia. Já treinou os profissionais de Juazeiro (BA), Sendas Esporte Clube e Tigres (ambos do Rio). Com a amarelinha, venceu vários torneios internacionais e comandou a Seleção Pan-Americana em 2007, no Rio de Janeiro.

Coordenou os programas televisivos “Joga 10” e “Joga Bonito” da Nike, exibidos pela Rede Bandeirantes. É professor do curso de formação de treinadores do Sindicato dos Treinadores do Rio de Janeiro e da Escola Brasileira de Futebol. Entre outros, já passaram pelo comando de Nizzo jogadores como Neymar (Santos), Phillippe Coutinho (Vasco), Fábio e Rafael (Manchester United), Lulinha (ex-jogador do Corinthians), Kerlon (ex-jogador do cruzeiro), e Renato Augusto (ex-jogador do Flamengo).

Gota d’água – Nos corredores do Antônio Soares de Oliveira, era nítido o alívio de alguns jogadores com a queda de Edmílson de Jesus. Ninguém confirmava taxativamente, mas as opções do ex-treinador geraram sim mal estar em vários atletas do elenco.

Mas a gota d’água para a demissão de Jesus foi a postura diante da torcida logo após o gol de empate contra o São Bento, na quarta-feira (Edmílson xingou a torcida do Flamengo – confira aqui). Membros da diretoria e jogadores condenaram a atitude, mas, oficialmente, os dirigentes preferiram não polemizar. “Os resultados não vieram e preferimos não desgastar ainda mais a imagem do Edmílson, que foi muito honesto conosco”, disse Niltinho.

Apesar de ignorar a imprensa local nos últimos jogos, Edmílson de Jesus utilizou um site de Campinas para dar sua versão sobre a demissão. “Infelizmente, eles acharam que essa era a melhor forma, então, aconteceu [a demissão por telefone]. Só estranhei ser pelo telefone, pois quando me contrataram fizemos várias reuniões ao vivo mesmo”, teria dito. Sobre o episódio lamentável de xingamento de parte da torcida, Edmílson teria alegado que foi “uma explosão de quem estava feliz com o gol, e os palavrões não foram direcionados a ninguém, apenas sendo uma forma de extravasar”. “Fizemos um gol aos 46, e aquilo foi demais. Comecei a extravasar, desabafar, mas não foi para a torcida. Nunca, em minha vida toda, time problemas com a torcida dos clubes pelos quais passei, e aqui não foi diferente. Respeito muito a cidade, o clube e seus torcedores, e se por acaso, eu ofendi alguém, peço desculpas”, teria falado.